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 26/06/2018    05:01hs

Denúncias da Policia Civil e MP/PB não envolve Chicão

Alagoano havia sido citado nas investigações da 'Operação Cartola' sobre suposto esquema de manipulação de resultados durante Campeonato Paraibano

Francisco Carlos do Nascimento (Chicão) durante partida do Alagoano - Foto: Palmeira Esporte
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A ‘Operação Cartola’ - investigação realizada pela Policia Civil e Ministério Publico contra pessoas envolvidas em esquemas de resultados de jogos de futebol na Paraíba – colocou sob suspeita, após divulgação de escutas telefônicas, o árbitro alagoano Francisco Calos do Nascimento.

Chicão, como também é conhecido Francisco Carlos, foi citado pela Polícia Civil da Paraíba ao longo das investigações sobre suposto esquema de compra de resultados durante o campeonato estadual deste ano. Chicão apitou o primeiro jogo da decisão do Paraibano deste ano, entre Botafogo e Campinense quando foi grampeado ao falar com um dirigente através do telefone do massagista Danilo, que trabalha com a arbitragem local. A conversa sem fatos concretos, como ficou comprovado durante as investigações, foi gravada pela Policia Civil com autorização da justiça daquele estado e usada como base para investigações.

De imediato, Chicão, Claudio Francisco Lima e Silva de Sergipe, também investigado por ter sido citado nas conversas e todos os árbitros paraibanos do quadro nacional foram retirados das escalas dos jogos da CBF.

Foram mais de setenta dias de agonia, angustia e indefinição para os que, por algum motivo, apareceram nas escutas e até mesmo para quem não apareceu. Após as buscas e apreensão pela Policia nas casas dos acusados, o processo correu sob segredo de justiça o que impossibilitou que fatos viessem a publico para dar real dimensão, não só do que estava sendo investigado, mas quem e porque eram as pessoas investigadas.

Na ultima quarta-feira (20), finalmente a Policia Civil e o MP/PB tornaram publico toda investigação ao oferecer denuncia contra 17 pessoas à 4ª Vara Criminal de João Pessoa sob acusação de integrarem um esquema de manipulação de resultados no futebol paraibano. Na denúncia, Chicão não apareceu entre os denunciados.

O Apitonacional conversou com Chicão após a decisão da justiça que o inocentou. Segundo o ex-FIFA, o mundo desabou sobre sua cabeça, pois mesmo com a consciência tranqüila, tinha preocupação de como a opinião publica iria reagir e se iriam acreditar que estava falando a verdade.

“As pessoas que me conhecem sabem e jamais iriam duvidar de mim, mas quem não me conhece de perto poderia interpretar aquela ligação da maneira que fosse conveniente pra cada um, daí veio o apoio da minha família. Minha esposa não perguntou o que aconteceu, se eu estava certo ou errado, apenas disse: to aqui para o que der e vier meu amor”- disse Chicão.

O alagoano disse como comunicou as denuncias a sua família.

“Tenho um filho que está fazendo o curso de oficiais do Exército Brasileiro, minha filha de 14 anos estuda e poderia escutar algo ruim, como escutou, sobre o seu pai. Reuni todos e falei que passaríamos por uma turbulência grande em nossas vidas por eu ser o principal árbitro do meu estado, o único FIFA de Alagoas e até hoje um dos principais árbitros do Brasil. Fechamos juntos, choramos muito e tivemos certeza que no final de tudo iríamos sair muito mais fortalecidos como nunca e foi o que aconteceu!” – descreveu o ex-FIFA.

Foto: arquivo pessoal

Chicão com os filhos Melissa Vitória (14 anos) e Caio Victor (18 anos) e a esposa Andrea Lima

Chicão não se esqueceu de falar do apoio da Federação Alagoana de Futebol e dos amigos.

“Minha Federação me deu total apoio e nunca duvidou da minha palavra. O Presidente Felipe Feijó e o da Comissão Estadual Charles Herbert junto com George e Polyana foram espetaculares nesse período. Os amigos verdadeiros se aproximaram e me deram apoio enquanto os de mentira sumiram e começaram a fazer julgamentos antecipados. Mas DEUS da a Cruz a quem pode carregar e assim fui o mais transparente possível nessa operação atendendo a imprensa sempre falando a verdade” - Frisou Francisco Carlos.

O árbitro também falou das providencias que tomou para provar sua inocência.

“Fui a João Pessoa dar depoimento ao Delegado encarregado das investigações. Na oportunidade, espontaneamente entreguei minhas contas bancárias e telefônicas ao delegado” – disse Chicão.

Por fim, o árbitro CBF fez um desabafo e longo agradecimento.

“Foram 35 dias sem dormir direito, muitas dores de cabeça, perdi seis quilos, mas jamais iria me envolver em uma situação dessas! Jamais iria decepcionar pessoas que gostam de mim como minha mãe, pai, esposa, filhos, irmãs, minha cidade Ibateguara e os amigos de verdade. Também não posso deixar de agradecer minha federação, comissão de arbitragem Estadual e Nacional que vem me dando várias oportunidades nas pessoas do Cel. Marinho, Alicio Júnior, professor Cerdeira, Cel. Ricardo, corregedor Dr. Edson Resende e nosso presidente Sérgio Corrêa que me tirou do anonimato pra me tornar um dos principais árbitros do Brasil. Por fim agradeço meu amigo particular Ronaldo Lessa que jamais duvidou da minha inocência” – encerrou Chicão.

Para o eterno FIFA alagoano, agora é agradecer a DEUS a mãe Virgem dos Pobres, curtir a família e esperar voltar aos sorteios para fazer o que mais gosto que é apitar jogos de futebol.

Logo após ser inocentado, Chicão divulgou nota de esclarecimento da Operação Cartola (veja abaixo).

NOTA DE ESCLARECIMENTO ACERCA DA CONCLUSÃO DA OPERAÇÃO CARTOLA

FRANCISCO CARLOS DO NASCIMENTO vem a público através da presente NOTA DE ESCLARECIMENTO, informar a todo meio esportivo, bem como aos demais interessados que após a conclusão das investigações pela Delegacia de Defraudações de João Pessoa, a denominada “Operação Cartola”, ficou constatada minha total inocência.

O Ministério Público da Paraíba denunciou 17 pessoas acusadas de integrar uma organização criminosa no âmbito dos órgãos e instituições no gerenciamento do futebol paraibano, momento em que meu nome não consta no rol de denunciados.

Como foi por minha pessoa exposto em todos os meios possíveis sempre estive aberto a explicar o ocorrido, tranqüilo e com a consciência limpa, são 15 anos de arbitragem, sempre com uma conduta integra em respeito a mim, minha família, colegas de trabalho e ao desporto nacional que não jogaria na lata do lixo por valor algum.

Sempre estive aberto a colaborar com as investigações, desloquei-me até a Delegacia de Defraudações de João Pessoa, fui devidamente ouvido e agora com a conclusão do inquérito veio a confirmação de tudo que sempre aleguei.

Infelizmente o que seria uma investigação sigilosa para apurar o que realmente ocorreu e identificar os reais criminosos foi vazado a imprensa, não sei por quem nem com qual intenção.

Mas não vou dar mídia aos que querem “pão e circo”, continuarei minha luta interna para que meus atos falem por mim, me superando a cada treino, a cada prova, a cada partida, elevando assim o bom nome de tão respeitável profissão.

Atenciosamente,
FRANCISCO CARLOS DO NASCIMENTO (CHICÃO)
Árbitro de Futebol

Nota do Apitonacional

Este veiculo de informação, como sempre, foi um dos primeiros a divulgar a 'Operação Cartola' e que o árbitro Francisco Carlos do Nascimento havia sido flagrado nas escutas telefônicas. Como nossa única função é informar sob o lema "compromisso só com a verdade", e após a divulgação pela Policia Civil e Ministério Publico da Paraíba dos nomes dos acusados, no qual não consta o nome de Francisco Carlos, cabe a este veiculo dar a mesma publicidade e ouvir o citado para que falasse sobre o acontecido. Foi assim com outros anteriormente, agora com Chicão e será sempre assim, pois não criamos fatos, não somos o dono da verdade e as opiniões e providencias com qualquer ilícito aqui relatado deixamos para as pessoas competentes e legalmente constituídas para o ato. Também não somos acusadores ou defensores de quem quer que seja e sim apenas divulgamos as informações da arbitragem, seja ela boa ou não, doa a quem doer e beneficie ou não a quem quer que seja.

O Apitonacional entende que foi justo e agiu corretamente a CBF ao retirar os citados e todos do quadro nacional da Paraíba das escalas por não ter conhecimento dos envolvidos, mas defende que a mesma postura seja tomada agora ao contrário normalizando as escalas dos mesmos sendo que nenhuma acusação foi feita contra essas pessoas.

Este é o APITONACIONAL!

Apitonacional, compromisso só com a verdade!

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