14/04/2015    22:08hs

FPF cancela patrocínio da Crefisa a árbitros e diz que foi por veto da FIFA

Depois de polêmica, árbitros não vão mais usar camisas com marcas das parceiras do Palmeiras. Fifa teria alegado conflito de interesses

A Federação Paulista de Futebol (FPF) anunciou na segunda-feira (13) que a Crefisa, parceira do Palmeiras, não irá mais patrocinar a arbitragem na reta final do Campeonato Paulista. De acordo com a FPF, a decisão aconteceu após um veto da FIFA, que considera o patrocínio ilegal, porém, a entidade não apresentou nenhum documento oficial que prove o veto. A entidade também garantiu que o corte do patrocínio não tem relação com as polêmicas envolvendo a arbitragem das quartas de final do torneio.

O patrocínio fere o artigo 15 do Regulamento de Organização da arbitragem.

"Anúncios de patrocinadores nas camisas de árbitros serão permitidos somente se não criarem conflitos de interesses com nenhum dos times participantes. Caso isso aconteça, o árbitro não deve utilizar nenhum anúncio na camisa", diz trecho do regulamento.

A polêmica

Antes do início do mata-mata, a FPF anunciou que havia acertado um contrato para que patrocinadores bancassem as despesas de arbitragem na reta final do Paulistão. As empresas, porém, também patrocina

o Palmeiras, o que gerou toda a polêmica.

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Em janeiro, a Crefisa se tornou o patrocinador master do Palmeiras (principal apoiador financeiro). A equipe, que recebe aproximadamente R$ 23 milhões por ano, acertou um contrato de dois anos com a instituição de crédito popular.

Na semana passada, após o anuncio do acordo, a ESPN consultou a FIFA que informou que iria analisar o patrocínio da Crefisa.

“A FIFA vai analisar a situação e, se necessário, entrará em contato com a CBF sobre este assunto. Não temos nenhum outro comentário neste momento”, disse a entidade máxima do futebol por meio de sua assessoria de imprensa.

A Federação Paulista havia fechado acordo com a financeira mesmo ciente de que a FIFA era contrária à idéia, mesmo assim e debaixo de criticas, não admitia sequer voltar atrás. Mas os erros de arbitragem na última rodada, somados à polêmica pelo patrocínio, fizeram com que a FPF e os representantes dos quatro envolvidos nas semifinais optassem por encerrar o acordo com os parceiros na reunião da ultima segunda.

A reunião na sede da FPF também definiu as datas e horários dos confrontos das semifinais. Ambos os jogos ocorrerão no domingo. Corinthians e Palmeiras jogam às 16h (horário de Brasília), no Itaquerão. Já Santos e São Paulo se enfrentam às 18h30, na Vila Belmiro.

Nota do Apitonacional

A FPF divulgou que a FIFA vetou o acordo, mas não apresentou nenhum documento neste sentido, o que leva crer, que motivado pela repercussão negativa, os dirigentes usaram o regulamento de arbitragem para cancelar o acordo, tendo em vista que a FPF não é reconhecida pela entidade mundial.

Na semana passada, durante a divulgação do acordo, Marcos Cabral Marinho, responsável pela arbitragem Paulista, alegou que enfrentaria até a FIFA. E que o campeonato era da Federação. Mas teve que mudar seu discurso.

Nos bastidores, as informações são bem diferentes, elas dizem que Marco Polo Del Nero, conselheiro vitalício do Palmeiras, teria recebido um pedido de Paulo Nobre para acabar com o patrocínio. O presidente do clube verde já teria até o aval dos responsáveis pela Crefisa e pela FAM que ficaram assustados com a publicidade negativa, pois as críticas foram muito além que a instituição financeira poderia imaginar.

Paulo Nobre teria recebido o pedido do patrocinador para acabar com o que se batizou de 'idiotice'. O medo no Palestra é que o árbitro de domingo no Itaquerão possa prejudicar o clube, tentando mostrar isenção nos lances mais importantes e para isso acabar ajudando o Corinthians.

Desde o começo, o Apitonacional entendeu que o acordo não deveria ter ocorrido e embora tardia, a decisão de recuar foi mais do que correta. Restabeleceu a credibilidade nas decisões da arbitragem e na legitimidade do Campeonato Paulista. Sem deixar de mencionar que tirou toneladas de responsabilidade das costas dos árbitros.

 

Sobraram criticas a Marco Polo.

Apesar do sobrenome, Nero só houve um. Ele não é imperador de Roma. É um dirigente de futebol e suas decisões são passíveis de críticas, muitas críticas. Seja qual for o motivo, a FIFA ou o pedido de Paulo Nobre, a decência prevaleceu. Acabou o maldito patrocínio dos árbitros na decisão do Campeonato Paulista. Para o bem da Crefisa, da Federação Paulista e árbitros, da credibilidade do futebol. Mas, principalmente, para o Palmeiras - escreveu um famoso blogueiro.

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