Responsável por erro crasso na final do Estadual, que
decidiu o título em favor do Flamengo, a arbitragem do Rio de
Janeiro é a mais cara do país em Estaduais com um custo de R$ 40 mil
em cada uma das decisões. Um levantamento do Blog do Rodrigo Mattos
mostra que o valor é bem superior aos pagos pelas outras seis
principais federações do Brasil nos regionais.
No domingo, o assistente Luis Antônio Muniz de
Oliveira deixou de dar um impedimento no gol marcado pelo Flamengo
diante do Vasco, aos 45min do segundo tempo. A arbitragem assinalou
gol de Nixon, em posição legal, em vez de Márcio Araújo, que estava
impedido e de fato chutou a bola. A falha deu a taça ao time
rubro-negro.
Pois bem, os borderôs das duas finais mostram que
foram repassados R$ 34.188 para a Coopafer (Cooperativa de Árbitros
de Futebol do Estado do Rio de Janeiro) em cada uma das partidas.
Com o pagamento do INSS e do imposto de renda, o custo total dos
juízes foi de R$ 39.828,82 por jogo.
Para se ter uma idéia, a Federação Paulista de
Futebol informou que todos os pagamentos aos seis juízes, incluídos
quarto árbitro e adicionais, somam R$ 6.710 no nível mais alto, com
integrantes da Fifa. Há um máximo de outros R$ 1.000 gastos com
locomoção para partidas em São Paulo. Ou seja, o total sai por volta
de R$ 8.000, incluídos INSS e impostos, para jogos como Ituano e
Santos, final do campeonato.
“Há muito tempo acabou aquela história de
descontar parte da renda. Houve reajuste para este ano. Para mim,
ninguém reclama da taxa'', afirmou o chefe de arbitragem de São
Paulo, Marcos Marinho.
A Federação Bahiana é a que mais se aproxima do Rio
com R$ 26 mil de custo total com arbitragem no boderô da final entre
Bahia e Vitória. No Paraná, os árbitros da decisão representaram
gastos de R$ 9.500,00. Em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul, os
jogos finais tiveram custos com juízes em torno de R$ 20 mil cada
um.
Questionada, a Federação do Rio rebateu e afirmou
que, na média, a arbitragem do Rio é mais barata do que a de São
Paulo. Pela assessoria, o presidente da comissão de arbitragem Jorge
Rabello disse que o Estado “é o único que paga taxas de arbitragem ,
por categoria de jogo enquanto todos os outros estados são por
categoria de árbitros''.
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Borderô das duas partidas da final deste ano |
Ou seja, a taxa varia de acordo com o tamanho do
jogo, pequeno x pequeno, grande x pequeno, grande x grande,
semifinal e final. Enquanto isso, nos outros Estados se paga pela
categoria do juiz. Assim, na versão dele, São Paulo teria gasto
superior com juízes em todo o campeonato.
Só que os borderôs de jogos de times pequenos
desmentem o dirigente da Ferj. Uma partida entre Audax e Macaé
Sports, por exemplo, teve taxas de arbitragem de R$ 6.258,04,
incluído o que se pagou no sub-20. Ou seja, em um jogo menor, a Ferj
gasta apenas R$ 2 mil a menos com juízes do que em uma final de São
Paulo. Qualquer partida de equipe grande gera custo de mais de R$ 10
mil com árbitros.
O blog falou com o presidente da Coopaferj para
questioná-lo para onde ia o dinheiro da arbitragem. Ouviu várias
versões. “Retiradas as taxas, a Federação deposita e repassamos para
os árbitros'', explicou, inicialmente, Messias José Pereira,
presidente da cooperativa.
Confrontado com o valor de R$ 34 mil pago na final,
ele deu nova explicação: “O jogo foi ontem, não sei quanto foi o
valor. Mas, se tem R$ 34 mil, esse valor é para árbitro da Série A,
Série B, júnior'', justificou. Quando questionado por que houve
desconto nas duas finais e nas semifinais, ele voltou a versão
inicial de que tudo era repassado aos árbitros.
Então, a ligação caiu ou foi interrompida. Após novo
telefonema, a secretária informou que o presidente da Coopafer tinha
ido almoçar. Não foi mais possível falar com ele apesar da
insistência das ligações.
Somados os quatro jogos decisivos, semifinais e
finais, a arbitragem carioca teve um custo total de R$ 123,5 mil.
Pelo menos o valor é bem menor do que os R$ 20 milhões de prejuízos
que o Vasco estima com a perda do título por conta do erro dos
juízes no finzinho do jogo.
Nota do Apitonacional
A pergunta para qual o Blog do Rodrigo Mattos busca uma resposta é a
mesma que o Apitonacional e principalmente boa parte dos árbitros do
Rio de Janeiro também gostariam de saber com detalhes para onde vai
todo esse montante arrecadado. Rubens Lopes já disse que a entidade
tem 60 funcionários e que ainda paga pela manutenção física e
técnica dos árbitros.
Em contato com o Apitonacional, um árbitros carioca relatou que as
investigações do Ministerio Publico do Trabalho
(MPT), a Copaferj não envia mais os recibos com os valores
que eles recebem em cada partidas.
Segundo esse árbitro, em um clássico normal durante o campeonato, o
valor da taxa que recebeu este ano foi de R$ 2.100,00 reais
líquidos, valores que deve ser acrescentados por dez por cento
descontados nas taxas sendo 5% para o sindicato e 5% para a
cooperativa.
Fonte: Blog do Rodrigo Mattos
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