15/04/2014    20:39hs

Arbitragem do Rio é a mais    cara do país: R$ 40 mil por final

Borderôs das duas finais mostram que foram repassados R$ 68.376 para a Coopaferj (Cooperativa de Árbitros de Futebol do Estado do Rio de Janeiro)

Responsável por erro crasso na final do Estadual, que decidiu o título em favor do Flamengo, a arbitragem do Rio de Janeiro é a mais cara do país em Estaduais com um custo de R$ 40 mil em cada uma das decisões. Um levantamento do Blog do Rodrigo Mattos mostra que o valor é bem superior aos pagos pelas outras seis principais federações do Brasil nos regionais.

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No domingo, o assistente Luis Antônio Muniz de Oliveira deixou de dar um impedimento no gol marcado pelo Flamengo diante do Vasco, aos 45min do segundo tempo. A arbitragem assinalou gol de Nixon, em posição legal, em vez de Márcio Araújo, que estava impedido e de fato chutou a bola. A falha deu a taça ao time rubro-negro.

Pois bem, os borderôs das duas finais mostram que foram repassados R$ 34.188 para a Coopafer (Cooperativa de Árbitros de Futebol do Estado do Rio de Janeiro) em cada uma das partidas. Com o pagamento do INSS e do imposto de renda, o custo total dos juízes foi de R$ 39.828,82 por jogo.

Para se ter uma idéia, a Federação Paulista de Futebol informou que todos os pagamentos aos seis juízes, incluídos quarto árbitro e adicionais, somam R$ 6.710 no nível mais alto, com integrantes da Fifa. Há um máximo de outros R$ 1.000 gastos com locomoção para partidas em São Paulo. Ou seja, o total sai por volta de R$ 8.000, incluídos INSS e impostos, para jogos como Ituano e Santos, final do campeonato.

“Há muito tempo acabou aquela história de descontar parte da renda. Houve reajuste para este ano. Para mim, ninguém reclama da taxa'', afirmou o chefe de arbitragem de São Paulo, Marcos Marinho.

A Federação Bahiana é a que mais se aproxima do Rio com R$ 26 mil de custo total com arbitragem no boderô da final entre Bahia e Vitória. No Paraná, os árbitros da decisão representaram gastos de R$ 9.500,00. Em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul, os jogos finais tiveram custos com juízes em torno de R$ 20 mil cada um.

Questionada, a Federação do Rio rebateu e afirmou que, na média, a arbitragem do Rio é mais barata do que a de São Paulo. Pela assessoria, o presidente da comissão de arbitragem Jorge Rabello disse que o Estado “é o único que paga taxas de arbitragem , por categoria de jogo enquanto todos os outros estados são por categoria de árbitros''.

Borderô das duas partidas da final deste ano

Ou seja, a taxa varia de acordo com o tamanho do jogo, pequeno x pequeno, grande x pequeno, grande x grande, semifinal e final. Enquanto isso, nos outros Estados se paga pela categoria do juiz. Assim, na versão dele, São Paulo teria gasto superior com juízes em todo o campeonato.

Só que os borderôs de jogos de times pequenos desmentem o dirigente da Ferj. Uma partida entre Audax e Macaé Sports, por exemplo, teve taxas de arbitragem de R$ 6.258,04, incluído o que se pagou no sub-20. Ou seja, em um jogo menor, a Ferj gasta apenas R$ 2 mil a menos com juízes do que em uma final de São Paulo. Qualquer partida de equipe grande gera custo de mais de R$ 10 mil com árbitros.

O blog falou com o presidente da Coopaferj para questioná-lo para onde ia o dinheiro da arbitragem. Ouviu várias versões. “Retiradas as taxas, a Federação deposita e repassamos para os árbitros'', explicou, inicialmente, Messias José Pereira, presidente da cooperativa.

Confrontado com o valor de R$ 34 mil pago na final, ele deu nova explicação: “O jogo foi ontem, não sei quanto foi o valor. Mas, se tem R$ 34 mil, esse valor é para árbitro da Série A, Série B, júnior'', justificou. Quando questionado por que houve desconto nas duas finais e nas semifinais, ele voltou a versão inicial de que tudo era repassado aos árbitros.

Então, a ligação caiu ou foi interrompida. Após novo telefonema, a secretária informou que o presidente da Coopafer tinha ido almoçar. Não foi mais possível falar com ele apesar da insistência das ligações.

Somados os quatro jogos decisivos, semifinais e finais, a arbitragem carioca teve um custo total de R$ 123,5 mil. Pelo menos o valor é bem menor do que os R$ 20 milhões de prejuízos que o Vasco estima com a perda do título por conta do erro dos juízes no finzinho do jogo.

Nota do Apitonacional

A pergunta para qual o Blog do Rodrigo Mattos busca uma resposta é a mesma que o Apitonacional e principalmente boa parte dos árbitros do Rio de Janeiro também gostariam de saber com detalhes para onde vai todo esse montante arrecadado. Rubens Lopes já disse que a entidade tem 60 funcionários e que ainda paga pela manutenção física e técnica dos árbitros.

 

 

Em contato com o Apitonacional, um árbitros carioca relatou que as investigações do Ministerio Publico do Trabalho (MPT), a Copaferj não envia mais os recibos com os valores que eles recebem em cada partidas.

Segundo esse árbitro, em um clássico normal durante o campeonato, o valor da taxa que recebeu este ano foi de R$ 2.100,00 reais líquidos, valores que deve ser acrescentados por dez por cento descontados nas taxas sendo 5% para o sindicato e 5% para a cooperativa.

Fonte: Blog do Rodrigo Mattos

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